Nunca se falou tanto sobre a importância do cuidado com a saúde mental como nos dois últimos anos. O distanciamento social, imposto pela pandemia da Covid-19, alterou completamente os padrões de comportamento da sociedade, aumentando a busca por psicoterapia, popularmente conhecida como terapia.
Questões como mudanças no formato de trabalho, redução salarial, desemprego, convívio familiar prolongado e o medo de contrair a doença foram alguns dos motivos que afetaram negativamente a qualidade de vida da população e fizeram crescer a busca por atendimento psicológico.
Continue a leitura e descubra como o acompanhamento especializado é importante para a busca do equilíbrio em todos os campos da vida.
Pandemia e saúde mental
O Coronavírus tem sido uma grande ameaça para a saúde física e mental das pessoas e, infelizmente, a perspectiva é que os efeitos negativos dessa crise sanitária permaneçam por um longo período. De acordo com uma pesquisa realizada pela Ipsos para o Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros notaram uma piora no bem-estar emocional desde o início da pandemia.
Outro estudo coordenado pela Universidade Estadual de Ohio (EUA) também não apresenta resultados muito animadores. Segundo o levantamento, dentre os 1500, 63% relataram sintomas de ansiedade e 59% de depressão. Esses dados colocam o Brasil em primeira posição nos índices de transtornos mentais (dentre os dez países participantes) e aponta que a piora nos quadros se deu principalmente pelo sentimento de solidão causado pelas medidas extremas de isolamento social.
Por essa razão, o acompanhamento psicológico se faz ainda mais necessário ao longo de uma das maiores emergências de saúde pública que o planeta já vivenciou.
Benefícios da terapia
Durante muito tempo, a psicoterapia foi indicada apenas para pessoas com doenças mentais graves ou consideradas “loucas” pela sociedade. No entanto, essa concepção não passa de um grande mito e acaba nos afastando da possibilidade de adentrar em uma jornada de autoconhecimento e autocuidado.
Etimologicamente, a palavra psicoterapia tem origem grega (psychê + therapeuein) e significa “curar a mente”. Esse acompanhamento é mediado por um profissional especializado (psicólogo ou psicoterapeuta) e tem o propósito de auxiliar os pacientes em seus conflitos internos, tendo uma compreensão profunda de si e do mundo ao seu redor.
A partir do diálogo, o indivíduo consegue descobrir suas habilidades, qualidades e os pontos a serem melhorados. Ou seja, o acompanhamento psicológico contribui para que o paciente desenvolva inteligência emocional e autoconsciência. Conheça as principais razões:
- Ambiente seguro para se expressar livremente
- Ajuda a encontrar um propósito de vida
- Local para ser ouvido sem julgamentos
- Auxilia nos relacionamentos interpessoais
- Contribui para a eliminação de vícios e hábitos prejudiciais
- Ajuda na elaboração dos sentimentos
- Ressignifica crenças construídas ao longo da vida
- Contribui para o equilíbrio emocional diante de situações desafiadoras
- Melhora a autoestima e a autoconfiança
A psicoterapia é indicada para todas as idades e pode ser realizada no formato individual, em casal, em família ou em grupo. Muitas pessoas acreditam que a conversa com um amigo pode substituir o acompanhamento especializado, mas isso não é verdade. Desabafar com uma pessoa de confiança pode ajudar a aliviar a angústia momentaneamente, contudo, a raiz do problema continuará intacta.
Por outro lado, um psicólogo ou psicoterapeuta tem o conhecimento necessário para lidar com o paciente de forma neutra, sem induzi-lo a nada. Dessa forma, o profissional utiliza as ferramentas adequadas para ajudar o indivíduo a pensar sobre suas ações, identificando padrões de comportamento que, quando não são tratados, podem desencadear transtornos no futuro.
Leia mais: como cuidar da saúde mental após a morte de um ente querido.
Quando é a hora de procurar um profissional?
Como já mencionado, a terapia não precisa ser buscada apenas em casos de transtornos ou síndromes psicológicas, sendo indicada para qualquer pessoa que precisa de um espaço seguro para resolver questões emocionais ou até mesmo conversar sobre a vida. Há alguns sinais de alerta que indicam a necessidade de um atendimento psicológico. Veja alguns exemplos:
1. Dificuldade para realizar atividades simples do cotidiano: medo de sair para trabalhar, estudar ou ir ao mercado, por exemplo.
2. Mudanças de humor: tristeza, insegurança e irritabilidade em excesso.
3. Distúrbios do sono: insônia, sonambulismo, paralisia do sono e apneia são os principais problemas.
4. Sintomas fisiológicos: taquicardia, dor de estômago, sudorese, diarreia, dor de cabeça, dentre outros.
5. Alterações de peso: flutuações constantes, como emagrecer e engordar em um curto período de tempo.
6. Distúrbios alimentares: bulimia, anorexia e comportamentos compulsivos.
Caso você ou alguém próximo esteja com alguns dos sintomas listados acima, procure um profissional especializado.
Saiba como proteger a saúde mental
Todo mundo deseja estar sempre em equilíbrio e assumir o comando da vida por completo, certo? No entanto, sabemos que essa não é uma tarefa fácil (para não dizer impossível), pois há situações que simplesmente fogem do nosso controle. Pandemia, demissões, problemas de saúde, conflitos familiares… são apenas alguns exemplos de cenários quer não podemos prever.
Para nos blindarmos contra esses imprevistos, é fundamental mantermos o cuidado com a saúde mental. Confira 4 dicas básicas:
Cuidado com o excesso de informação
Não tem como questionar: manter-se bem informado é imprescindível para viver em sociedade, principalmente nos dias de hoje em que tudo muda muito rápido. Contudo, essa avalanche de informações impacta negativamente a saúde mental das pessoas, podendo desencadear crises de ansiedade, síndrome do pânico e depressão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o excesso de informação sobre um mesmo assunto é chamado de Infodemia.
Apesar de difícil, limitar o uso das redes sociais e da internet pode contribuir para o alivio do estresse. Caso seja difícil se desconectar, vá diminuindo aos poucos o tempo de permanência e, caso necessário, baixe aplicativos de bem-estar digital.
Mantenha contato com amigos e familiares
Mesmo que a pandemia não tenha acabado e a possibilidade de se reunir com os mais próximos ainda esteja seja restrita, é fundamental manter o contato online ou de forma presencial –respeitando as medidas restritivas de distanciamento e higiene. Uma simples conversa por telefone ou uma videochamada podem amenizar a pressão do dia a dia e fortalecer sua rede de apoio.
Tenha um tempo de qualidade
Viver exclusivamente para a família ou para o trabalho também não faz bem. Afinal, antes de se preocupar com o outro, precisamos cuidar de nós mesmos. Por isso, tire um tempo de qualidade para priorizar a saúde mental e fazer o que mais gosta. Ler um livro, acompanhar uma nova série, meditar, fazer atividades físicas ou aprender um novo idioma, são exemplos de atividades que ajudam a relaxar e a conhecer a si próprio.
Indicação: livros para refletir sobre o luto.
Peça auxilio sempre que precisar
Qualquer pessoa tem seus momentos de altos e baixos e ninguém precisa passar por isso sozinho(a). Portanto, não hesite em pedir ajuda quando sentir necessidade e acredite: a terapia é o melhor caminho para o autoconhecimento.
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