Até que ponto o ambiente onde estamos pode impactar diretamente em nosso bem-estar? Pelo menos uma vez na vida, você já teve a experiência de se sentir tranquilo(a) ou angustiado(a) de acordo com o local em que estava presente. Espaços claros, limpos e organizados têm a capacidade de proporcionar sensações positivas, enquanto lugares escuros e desorganizados são capazes de provocar tristeza.
Por exemplo, casas de veraneio são locais aconchegantes por estarem mais propícios à entrada de luz solar e pelo contato com a natureza. Por outro lado, cemitérios mais antigos repletos de construções fúnebres como túmulos, estátuas e mausoléus trazem sentimentos totalmente opostos e podem ter influência negativa no processo de elaboração do luto saudável.
Veja agora como a arquitetura e o design contribuem para minimizar a dor da despedida, através de conceitos que vão além da estética e dão novos significados à finitude.
O que é Neuroarquitetura?
Conforto, harmonia e bem-estar são aspectos fundamentais a serem analisados no momento de elaborar um projeto arquitetônico. Uma decoração adequada, aliada a cores e elementos que transmitem boas sensações são alguns dos aspectos estudados pela neuroarquitetura.
Ela é uma área interdisciplinar que aplica conceitos da neurociência na arquitetura, com o propósito de compreender como o espaço físico impacta na qualidade de vida e no comportamento humano. Por meio de pesquisas científicas que demonstram a correlação entre cérebro e ambiente, é possível projetar lugares mais agradáveis, utilizando os seguintes princípios:
- Iluminação natural
- Combinação de cores e texturas
- Organização
- Ventilação natural
- Utilização de formas geométricas
- Design biofílico (contato com a natureza)
Atualmente, a neuroarquitetura vem sendo bastante utilizada com o objetivo de transformar espaços fúnebres – cemitérios, capelas velatórias, crematórios e memoriais – em ambientes que proporcionem mais leveza aos enlutados. Esses projetos saem da tradicional concepção que os locais de despedida precisam ser escuros e sufocantes, agregando elementos que trazem a sensação de paz e serenidade.
Essa linha arquitetônica ultrapassa a estética e pode até mesmo auxiliar em problemas emocionais como a ansiedade e o estresse. Por isso, ela vem sendo tão utilizada como uma forma de descomprimir locais naturalmente “pesados”, tornando-os mais humanizados e saudáveis.
Arquitetura emocional e o setor de death care
A arquitetura emocional é considerada um campo dentro neuroarquitetura, focada em construir espaços que se comuniquem com sentimentos e emoções. A partir dela, é possível resgatar memórias afetivas e criar ambientes cheios de significados por meio do uso adequado das cores, disposição de objetos, mistura de texturas, escolha de mobiliários, etc.
Esse conceito trabalha com soluções que ajudam a criar conexões com o local, transformando um lugar comum em um ambiente marcado por experiências emocionais e sensoriais. A arquitetura emocional tem sido muito utilizada dentro do ambiente corporativo, com a finalidade de construir espaços mais confortáveis para os colaboradores. Por essa razão, é cada vez mais comum observar escritórios com estações de trabalho compartilhadas, salas de descompressão com sofás, áreas de convivência para jogos e até mesmo um cantinho para pets.
Essa tendência também tem sido bastante incorporada dentro do ramo de death care (tradução: cuidado com a morte). A preocupação em tornar esse tipo de serviço o mais humanizado e acolhedor possível traz um novo olhar para a arquitetura fúnebre, tornando-a menos mórbida. Cemitérios parque, pontos de contemplação ao ar livre, obras de arte, espaços personalizados para realização de velórios, quartos para descanso e até mesmo cafeterias gourmet são alguns dos investimentos realizados pelo setor, a fim de oferecer um pouco de tranquilidade mesmo em meio a um momento tão doloroso.
A influência das cores na elaboração do luto
Uma pesquisa realizada por um grupo de neurocientistas em 2002 constatou que as cores têm uma grande ligação com a nossa memória, estimulando associações espontâneas a objetos, ambientes e sentimentos. Ao pensarmos em natureza, a mente já relaciona automaticamente à cor verde. Em contrapartida, ao lembrarmos de algum momento de profunda tristeza como um funeral, nosso cérebro já remete imediatamente ao preto ou roxo.
Entendendo a influência cultural e emocional representada pelas cores, arquitetos e designers utilizam as concepções da neuroarquitetura em seus projetos, a fim de criar ambientes harmônicos para seus usuários. Nos casos de empreendimentos relacionados a área de death care, os profissionais devem levar em consideração a utilização de tonalidades neutras, com a intenção de suavizar o clima pesado da ocasião e proporcionar um pouco de conforto físico aos enlutados.
Confira abaixo os significados de quatro cores que ajudam a suavizar o ambiente:
1. Branco: simboliza a paz e oferece a sensação de amplitude e claridade ao ambiente
2. Bege: faz alusão ao clássico e transmite tranquilidade na decoração
3. Cinza: remete ao equilibro e traz sofisticação ao espaço
4. Marrom: está direcionada ao estilo rústico e proporciona aconchego ao local
As quatro cores apresentadas acima estão presentes na paleta de cores neutras e podem ser utilizadas em conjunto com cores frias (azul, verde e violeta) e quentes (vermelho, laranja e amarelo). Com base nos estudos da neuroarquitetura, é possível mesclar tonalidades que se conversem entre si e, ao mesmo tempo, proporcionem bem-estar ao ambiente.
Curiosidade: ao contrário do ocidente, você sabia que em países como Índia, China e Japão, a cor branca é utilizada em momentos de luto? Para esses povos, o branco simboliza o silêncio, a reflexão e a paz em situações de extrema dor. Ou seja, a utilização das cores pode variar significativamente a depender de questões culturais, políticas e religiosas.
Saiba qual é a importância das cerimônias de despedida para a elaboração do luto.
Arquitetura como forma de amenizar a despedida
Nunca estamos preparados para lidar com a morte de um ente querido, mas temos a consciência de que, cedo ou tarde, esse momento chegará para todos. Mesmo que seja difícil pensar nessa situação, é importante refletir que o funeral tem um papel fundamental para a aceitação do luto e que ele deve ser planejado com todo amor e carinho. Por essa razão, no momento de escolher um ambiente para a despedida, tenha em mente que o local precisa ser confortável para que a família tenha o mínimo de tranquilidade na hora do último adeus, como é o caso do Memorial Luto Curitiba.
O espaço foi minuciosamente projetado com o objetivo de proporcionar uma experiência ímpar de acolhimento. A infraestrutura completa conta com 6 salas para velório, jardins privativos, quarto para descanso, lanchonete e pacotes com cerimônias personalizadas, pensadas para transformar cada cerimônia em uma solenidade única.
Além disso, a prevenção é indispensável para minimizar o desgaste emocional e financeiro quando algum imprevisto surgir. Fale com a Luto Curitiba e saiba como os planos de assistência funeral podem garantir proteção completa e humanizada no momento da necessidade.
Conheça também o Cemitério Metropolitano Parque.