As perdas e os lutos do coronavírus

*Por Mariana Bayer (CRP 08/19103) e Paula Leverone (CRP 08/18775).

As perdas enfrentadas em meio a uma pandemia como a que estamos vivendo hoje, causadas pelo novo coronavírus, são muito mais amplas e complexas do que os números e os gráficos são capazes de mostrar.

Perdem-se vidas, avós, pais, filhos, irmãos, tios, primos, amigos, companheiros, colegas de trabalho, vizinhos. Perdem-se empregos, empresas, profissionais, dinheiro, planos e projetos. Perde-se o conhecido, o bom e velho estado de normalidade.

Aquela sensação de segurança diante do que sabemos sobre as coisas e o mundo foi substituída pelo medo. O desconhecido sempre foi inseguro aos nossos olhos e, esse vírus, invisível a olho nu, materializa grande parte das inseguranças da espécie humana: o medo de adoecer ou morrer, o medo de perder algum ente querido, o medo de perder o emprego, a casa, a condição de vida e o medo de como serão as coisas daqui para frente.

Do dia para a noite, nossa liberdade foi limitada pelo isolamento social. Os sorrisos se cobriram com máscaras e o contato virtual passou a ser a forma mais segura de contato.

Essas mudanças drásticas e repentinas trazem à tona o sentimento de perda, que, por sua vez, pode desencadear um processo de luto. Além do luto daqueles que vivenciam a perda concreta de entes queridos, existe também o luto por perdas simbólicas, – como todas as que foram citadas anteriormente -, e que atinge grande parte da população mundial nesse momento. Vivemos um luto coletivo.

Sabemos que toda vivência de luto exige muito do nosso emocional. É comum sentirmos raiva, tristeza, solidão, ansiedade, irritabilidade e outras sensações. Estamos passando por um momento de constante estresse e isso também reflete no nosso corpo físico. É normal nos sentirmos mais cansados e sem disposição, além de experimentar outras sensações como a falta ou aumento do apetite, dificuldade para dormir, dor no peito e uma baixa de imunidade.

Por todas essas razões, buscar reconhecer e identificar essas emoções e sensações, se permitir senti-las e encontrar formas de autocuidado, são estratégias importantes nesse momento. Mesmo em casa, existem diversas alternativas para ajudar a preservar a nossa saúde física e mental, como, a prática de exercícios físicos, manter-se próximo de parentes e amigos mesmo que virtualmente, fazer coisas prazerosas, estabelecer uma rotina e, se necessário, buscar também por ajuda psicológica.

Entenda mais sobre luto por meio do cinema: clique aqui para ler.

*Mariana Bayer (CRP 08/19103) e Paula Leverone (CRP 08/18775) são responsáveis pelo Instituto Trilhar, projeto voltado à compreensão psicológico e ao acolhimento do luto na capital paranaense.  Saiba mais:
(41) 3011-4848 | 99894-4054 | contato@institutotrilhar.com.br | www.institutotrilhar.com.br

 

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